sexta-feira, 27 de maio de 2011

A maturidade segue uma cronologia histórica do sujeito?

A grande questão que se coloca é se a maturidade pode ser colocada segundo a cronologia histórica do sujeito (relógio biológico).

Muitos acreditam que se atinge a maturidade quando se tem filhos, momento em que se toma responsabilidade por uma outra pessoa/vida. Mas há exemplos de adolescentes de 14 anos já experimentando a maternidade e não nos parece que sejam capazes de alcançar a maturidade por volta dessa idade. Outra hipótese popular define a maturidade de acordo com a passagem por eventos tradicionais, como formatura, conseguir um emprego, casar e sustentar uma casa.

De acordo com a psicologia do desenvolvimento, a maturidade é um momento de culminância biológica, psicológica ou social, do ciclo vital, em que o indivíduo exibe as estruturas ou os comportamentos esperados para sua vida. Ou seja temos de ter em conta certas características psicológicas, tais como Independência e autonomia psicológica, tomada de decisão independente, grau de estabilidade emocional elevado, sabedoria, fiabilidade, integridade, compaixão, sensatez…, bem como simultaneamente os factores sócias (independência económica, o emprego garantido entre outros).

Podemos considerar também como sinais de maturidade o indivíduo que consegue estar só frente aos conflitos e ter capacidade de resolver esses conflitos que estarão sempre presentes ao longo da vida. Neste sentido podemos dizer que a forma com que o individuo lida com as dificuldades que vão surgindo ao longo da vida é que vai dar e mostrar a maturidade que o
indivíduo possui.

Mas necessário referir a importância dos relógios biológicos, em que são a forma de sabermos se estamos a progredir devagar ou rápido, tendo em conta a altura em que certo evento deve ou não acontecer. Mas é de mencionar que actualmente os relógios biológicos são mais flexíveis do que em décadas anteriores, permitindo assim atrasar tarefas que deviam ser executadas numa altura mais inicial da vida.

Dentro dessa perspectiva, pode não haver uma idade certa para ganhar a maturidade, pois isto é um processo que ocorre ao longo da vida. Socialmente, a maturidade é colocada cronologicamente em uma fase da vida: a terceira idade. Alguns chegam a colocar como sinónimo idoso e adulto maduro. Serão, então, os idosos, necessariamente maduros? Envelhecer é inevitável, mas amadurecer, não.

Em conclusão, para nós a maturidade esta mais dependente das experiencias/sensações vividas ao longo da vida do que a simples cronologia histórica de um sujeito, na medida em que as experiências vividas ao longo da vida vão dar forma a personalidade, fazendo passar por vários estados psicológicos diferentes e onde se vai adquirindo mais maturidade.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Desenvolvimento moral para Piaget

Para Piaget o desenvolvimento moral correspondia ao respeito pelas normas sociais e pela justiça dividindo o desenvolvimento em duas fases: heteronomia e autonomia.

A heteronomia correspondia a fase infantil do indivíduo, ou seja dos 4 aos 8 anos, onde a criança rege-se por regras que tem origem por alguém superior a ela. A criança interpreta como uma acção boa ou má através das consequências, ou seja, se a criança é punida é porque fez algo de errado.


A autonomia desenvolve-se a partir dos 9 anos, onde a criança começa a pensar por si mesma, constrói as suas próprias regras morais.
Piaget avaliava o desenvolvimento moral através do respeito pelas regras e notava que existiam diferenças nas diferentes idades.

Desenvolvimento moral para Kohlberg



Kohlberg através de investigações e dilemas morais realizados às crianças reslveu propor uma teoria acerca do desenvolvimento moral dividindo da forma acima apresentada.

Nível 1 (Pré-convencional) - nesta fase o individuo não consegue ainda compreender as regras sociais e age de acordo com as consequências, ou seja, pensa no que é melhor para ele. Destina-se às crianças até aos 9 anos, a alguns adolescentes e a um grande número de delinquentes. No estádio 1 (Punição e obediência), a criança funciona de acordo com as punições, para ela o bom ou o mau baseia-se nas consequências, o correcto é não ser punido. No estádio 2, existe um claro “eu” porque só interessa as necessidades do indivíduo, o certo é agir de acordo com o que é melhor para ele.


Nível 2 (Convencional) – dirige-se a maior parte dos adolescentes e adultos. Neste nível o indivíduo já tem a interiorização das regras morais, a moralidade define-se por acções que sejam boas para manter a ordem social e também ele age de acordo com as expectativas da sociedade. No estádio 3, o correcto é que se viva de acordo com o que esperam de nós, que seja o “bom rapaz/linda menina” para a sociedade. Por outro lado, no estádio 4, não há uma grande preocupação com o “eu” mas sim com a sociedade a que respeitar as leis, a autoridade, a que manter a ordem da sociedade.


Nível 3 (Pós-convencional) – nem todos os adultos alcançam este nível, aqui o indivíduo já tem os seus próprios conjuntos de princípios morais, admite que nem sempre tudo é fácil, compreende as regras da sociedade mas se entrar em conflito com os seus princípios à que resolve-los de acordo com os seus princípios e não de acordo com a sociedade. No estádio 5, a escolha moral é baseada em contratos legais, as constituições por exemplo, é necessário respeitá-los, o indivíduo sabe que nem todos têm os mesmos valores e que nem sempre os interesses da sociedade é o mais importante. No estádio 6, quase ninguém atinge este estádio, existe uma grande valorização dos princípios em vez da sua vida. O certo é que reconheçam a validade dos princípios éticos universais e cumpri-los.

sábado, 14 de maio de 2011

Desenvolvimento Cognitivo - Perspectiva de Piaget

Segundo Piaget a inteligência precede o pensamento, desenvolvendo-se por etapas progressivas que exigem processos de adaptação ao meio. Deste modo, o desenvolvimento pressupõe a maturação do organismo, bem como a influência do meio físico e social.

Para Piaget o meio é importante como estimulo, visto que o sujeito apreende o mundo através das suas estruturas cognitivas, e como estas não são inatas, o processo do conhecimento é o processo de construção das estruturas.

Piaget divide o desenvolvimento intelectual em quatro estádios que são o sensório-motor (desde o nascimento ate aos 18meses/2 anos de idade e precede a linguagem), pré-operatório (começa com a linguagem e prolonga-se até cerca de 6/7 anos de idade), estádio das operações concretas (desde os 6/7 anos até aos 12 anos), e por último o estádio das operações formais (surge por volta dos 12 anos de idade). Estes períodos são caracterizados pela sua ordem de sucessão fixa, portanto para se chegar a um determinado estádio é necessário ter passado por aquisições prévias.


Estádio sensório-motor

• É caracterizado como o período de adaptação ao mundo exterior;

• É a fase em que predomina o desenvolvimento das percepções e dos movimentos;

• A criança não se distingue dos objectos que a rodeiam, nem compreende as relações entre os objectos;

• Na presença de um objecto novo, a criança procura compreendê-lo pelo uso, sacudindo-o por exemplo;

• A criança gere os seus próprios reflexos inatos e transforma-os em acções de prazer ou interesse:

• Numa primeira fase, a criança começa a tomar consciência de si, e em seguida dos objectos que a rodeiam;

• O desenvolvimento físico é acelerado, pois constitui-se no suporte para novas habilidades;

• A criança procura adquirir controlo motor e aprender os objectos que a rodeiam;



Estádio pré-operatório

• Durante este estádio, a criança aprende a representar os objectos por palavras e a manipular as palavras mentalmente;

• É o período em que os fundamentos da personalidade do indivíduo lançados na fase anterior começam a tomar formas claras e definidas;

• É caracterizado por consideráveis mudanças físicas, as quais são um desafio para pais e educadores, como para as próprias crianças;

• A entrada neste estádio é marcada pelo aparecimento da função semiótica, que assinala o inicio do pensamento, e consiste na capacidade de criar símbolos para substituir ou representar os objectos e de lidar mentalmente com eles;

• Neste te período a criança manifesta-se muito egocêntrica;

• A característica mais importante deste período é o aparecimento da linguagem;



Estádio das operações concretas

• Nesta fase da vida, o crescimento físico é mais lento do que em fases anteriores, e as diferenças resultantes do factor sexo começam a acentuar-se;

• A criança adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a organizar os seus próprios valores morais;

• A criança, que no inicio do período ainda considerava bastante as opiniões dos adultos, no final passa a enfrentá-los;

• É a partir deste estádio que as crianças começam a ver o mundo com mais realismo, deixando de confundir o real com a fantasia;

• É nesta altura que a criança começa a ter noção dos conceitos de tempo e de número;

• O pensamento da criança apresenta também as características de reversibilidade e de associação, que lhe permitem interpretar eventos independentemente do seu arranjo social;



Estádio das operações formais

• É caracterizado por uma generalização do pensamento e por um apuro da lógica, permitindo um tipo de experimentação mental mais flexível;

• O adolescente começa a raciocinar mais lógica e sistematicamente e aprende neste estádio a manipular ideias abstractas, a formular hipóteses e a avaliar as implicações do seu pensamento e do dos outros;

• As deduções lógicas podem ser feitas sem o apoio de objectos concretos;

• O pensamento hipotético-dedutivo é o mais importante aspecto apresentado nesta fase do desenvolvimento humano;

• As bases do pensamento científico começam a aparecer nesta etapa do desenvolvimento;

quarta-feira, 11 de maio de 2011

"Secret of The Wild Child" Documentário

Resumo

"Este documentário fala sobre Genie, uma das chamadas "crianças selvagens" (feral children). Genie foi mantida, por mais de 10 anos, num quarto, totalmente isolada do mundo exterior. Após o seu resgate ela foi objecto de estudo por parte de uma equipa de médicos e psicólogos de uma universidade da Califórnia. Este documentário acompanha a trajectória de Genie ao longo dos anos e questiona os métodos aplicados no seu tratamento e estudo. O filme também aborda o caso de Victor, outra criança selvagem encontrada na França em 1800, cujo caso foi posteriormente retratado no filme "O Menino Selvagem", de Truffaut."

Para ser mais fácil a visualização, por favor cliquem no símbolo do youtube na janela do vídeo.

Parte 1 Parte 2

Parte 3 Parte 4

Parte 5 Parte 6

Parte 7

Experiências Precoces

Como a própria palavra indica é uma experiência “antes do tempo”, isto é, na área da educação a experiência precoce define-se quando é dado um certo estímulo à criança logo muito cedo, algumas horas após o nascimento, por exemplo.

Tudo o que sejam experiências realizadas logo muito cedo, nas primeiras horas ou dias, são consideradas experiências precoces.

Relacionado com as experiências precoces estão os períodos críticos. Estes são caracterizados por momentos específicos da vida do bebé, onde é “aproveitado” para se fazer modificações que, futuramente irão ter repercussões na vida da criança, nem devem ser feitas demasiado cedo, nem tarde, o período crítico é este momento exacto.

David Krech foi um investigador que se debruçou sobre o assunto da experiência precoce. Com os seus estudos mostrou o aumento da capacidade de aprendizagem através da influência de certas drogas, mas também a promoção da capacidade do organismo em reter a aprendizagem por parte de outras drogas.

Krech demonstrou que quando estimulados variadamente no início da vida, os cérebros dos indivíduos tomam diferentes morfologias e diferentes em termos químicos do que sem estimulação, o que permite um aumento na capacidade de aprendizagem e resolução de problemas.

Após Krech, Joseph Altman encontrou mais provas e testou a teoria de que as crianças recém-nascidas possuem todos os neurónios já ao nascimento. Então, Altman verificou que existem minúsculas células nervosas, as quais se dá o nome de microneurónios, e que se desenvolvem no cérebro de jovens animais, depois do seu nascimento. Estes

pequenos neurónios facultam conexões com outras células maiores do cérebro. Através do processo de transmissão de informação no cérebro através das sinapses, os neurologistas constataram que se este processo não se der e as sinapses não forem utilizadas, as dendrites se degeneram acabando mesmo por desaparecer. Mas por outro lado, se uma sinapse for utilizada frequentemente surgem novas dendrites. Este aumento de dendrites proporciona o aumento da probabilidade de transmissão de mensagens neuronais (Sprinthall & Sprinthall, 990).

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Desenvolvimento físico durante a adolescência

A adolescência é uma fase crítica do ser humano entre os 12 e os 23 anos, que ocorrem algumas alterações no indivíduo quer a nível físico, quer a nível psicológico e a nível social. A nível psicológico, a adolescência é a uma fase em que o jovem tenta essencialmente definir-se perante os outros, concebendo a sua própria identidade que por vezes pode ter várias consequências quer para ele, quer para as pessoas em seu redor, outro aspecto é que o adolescente começa a definir o rumo da sua vida, é quando começa a realizar decisões sobre a sua vida, como o futuro que deseja.

A nível social, o indivíduo mostra-se capaz a passar de estado de dependência a um estado de independência não só a financeiramente mas também emocionalmente, o adolescente também começa a preocupar-se com a sua imagem, querendo alterar por vezes a imagem que dava no passado. Por fim a nível físico é nesta fase que o organismo sofre mais alterações.

Então é na puberdade que há a 1ª menstruação no caso do sexo feminino e a libertação de esperma por parte do sexo masculino, ocorre o desenvolvimento dos caracteres secundários quer no sexo masculino (o aparecimento de pêlos na cara, de pelos axilares e pelos púbicos, desenvolvimento muscular e aumento do pénis) quer no sexo feminino (aparecimento de pêlos na cara de pelos axilares e pelos púbicos, aumento do útero e desenvolvimento das mamas).

Por vezes estas alterações não ocorrem no devido período e isso pode criar alguns problemas nos jovens. Alguns problemas nas raparigas podem ter a ver com a menstruação, onde em algumas o aparecimento da 1ª menstruação ocorre muito cedo e isso pode não ser bem aceite por elas, outro problema e o desenvolvimento dos seios pois podem criar alguns preconceitos se possuírem seios poucos desenvolvidos ou até mesmo muito desenvolvidos. Nos rapazes alguns problemas pode ser o crescimento do pénis, onde adolescentes com pénis pequeno podem ser ridicularizados pelos outros e outro problema tem a ver com a maturação do organismo, onde rapazes com maturação tardia podem ser mais fracos, baixos e piores atletas.